30 julho, 2009

Entre o Rivotril e um Marlboro

Há um ano parei de fumar.
Nunca mais coloquei um cigarro na boca.
Mesmo assim, ele me vem à memória diariamente.
Na tarde passada eu dormia tranquilo, durmo à tarde pois trabalho à noite, e sonhei que estava dormindo, derrepente, acordei (no sonho) e acendi um Marlboro - o melhor que já havia fumado.
Olhei pro lado e vi um campo amarelado cheio de cavalos correndo, soltos, como na propaganda.
Traguei, dei uma bela baforada e olhei para o cigarro.
Vi nele o alcatrão escorrendo e amarelando o branco do papel que ainda não fora carbonizado.
Lembrei-me então de que não deveria mais fumar.
Era a minha consciência...
Lutando contra cavalos arredios que corriam livres.
Recordei-me de um poema do Reinaldo, "[correm livres], livres como os porcos, que se libertam para em seguida se chafundarem na lama".
Apaguei o Marlboro no orvalho e o lancei longe.
No entanto, pensei mais um pouco e saquei que em sendo um sonho, ele não me faria mal algum.
Deitei a aba do chapéu, dei mais uma olhada nos cavalos e voltei a dormir.
Esperando que no próximo sonho eles voltassem, desta vez mansos, e montados por amazonas nuas.
Sonho besta,

Deve ser o Rivotril,

Depois que parei de fumar não durmo direito.
Eu havia me esquecido daquele sonho durante o resto do dia,
Trabalhei a noite toda, e ele só me voltou agora, que já me preparava para dormir...
Maldito Rivotril,
Fica o pulmão, vai-se o cérebro.

Um comentário:

Cioara Andrei disse...

Foarte interesat subiectul postat de tine, m-am uitat pe blogul tau si imi place ce am vazu am sa mai revin cu siguranta.
O zi buna!