31 agosto, 2007

Biblioteca Natalle Moretti

Natalle Moretti é o nome da biblioteca comunitária que funciona na sede do Partido dos Trabalhadores de Sorocaba, homenageia um líder histórico do partido, desde 5 de Abril de 2002 em funcionamento ela conta com mais 2 mil volumes dos temas mais variados, principalmente, política, meio ambiente, filosofia, sociologia e literatura, além de revistas e jornais diários.

O acervo é organizado pelo Srº. Valeriano Gaia, histórico militante do partido.

A biblioteca esta a disposição de todos, mas empréstimos só podem ser realizados por filiados ou por pessoas endossadas por um.

A biblioteca é mantida por doações. Conheça-a e leve um livro você também!

Endereço: Rua Capitão Manuel Januário, 296 – Vila Amélia – (15) 3233-5124 – prox. ao Terminal São Paulo, rua paralela à Av. Juscelino Kubitschek - E-mail: ptsorocaba@terra.com.br

Cansados do Bah! Caroço

O Partido Federalista lê o Bah! Caroço e pelo visto não gostou.

Nas últimas postagens copiei e colei alguns textos do site do Partido Federalista (uma piada se não fosse de dar medo), agora, recebi um e-mail de Roberto Tonin, secretário geral do partido, ameaçado-me de processo criminal devido ao uso de textos do partido para fins contrários a ele, disseram que é falsidade ideológica. Algum advogado que esteja lendo o blog pode responder se isto é possível?

"Sobre os recursos para captação de assinaturas, não consta que seja crime obter ajuda de simpatizantes para a realização da exigência, por sinal, inconstitucional. Imoral, ilegal e antiético (...)"

Ainda quero saber. Quem esta por traz deste movimento?

Concessões da Globo expiram dia 5 de Outubro

A secretária nacional de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti, destaca o acerto dos movimentos sociais na escolha do 5 de outubro - dia em que expiram as cinco concessões próprias da Rede Globo (SP, RJ, BH, Brasília e Recife) - como data simbólica para propor ao Congresso Nacional que as concessões públicas sejam feitas com controle social.

''Este é o momento propício para tomarmos as ruas e fazer o debate com a sociedade, principalmente porque a Rede Globo se tornou um partido que está sendo colocado em xeque'',

Partido político

A dirigente cutista denuncia que assim como na Venezuela, a mídia brasileira tem se comportado como partido político de ''oposição aos avanços sociais, relegando à invisibilidade quem se contrapõe aos seus mesquinhos interesses, como foi o caso da recente manifestação contra a Emenda 3. Apesar de termos levado mais de 20 mil às ruas de Brasília no 15 de agosto, ao contrário da meia dúzia do ato do 'Cansei' na Praça da Sé, a mídia golpista ignorou solenemente nossa mobilização''.

Fonte: vermelho.org

30 agosto, 2007

Teoria do Aquecimento Global sob O Olhar Conservador

Depois do movimento cansei, decidi que não vou atacar mais a elite do Brazil (exceto por hobby), basta deixar que eles abram a boca e a verdade vem à tona: madames em vestidos de gala manifestando em nome do povo, milionário que mora nos EUA dando apoio ao movimento Fora lula, e por ai vai...

Vejam este exemplo:

A Teoria do Aquecimento Global está causando uma celeuma sem proporções na história humana. Esta sendo disseminada como verdade absoluta por todos os cantos do planeta. Não existe embasamento científico para a causa, apenas marketing eficiente e publicidade pesada. Uma tese não precisa ter grande conteúdo, basta ter aceitação popular. Nada melhor que explorar o "fim do mundo".

Texto publicado integralmente nos blogs Olhar Conservador http://olharconservador.blogspot.com/ e O Pequeno Burguês http://opequenoburgues.org

"A confusão mental nem sempre é o caos. Pode denotar as contradições internas da actualidade, mas a longo prazo conduzirá à sua resolução. Por isso a minha ética tendeu no sentido da praxis, da acção, e portanto da política."

György Lukács, Intelctual marxista húngaro (1885 - 1971)

29 agosto, 2007

Intelectuais separatistas: o Partido Federalista de Korontai

A semana passada postei um artigo sobre o Partido Federalista, um movimento que esta pagando, sabe-se lá com que dinheiro, centenas de pessoas em todo o pais para arrecadar assinaturas em favor da criação do novo partido.

Estas figura aqui são duas das cabeças do “movimento” que pretende separar o Estado de São Paulo do resto do país, por trás de um suposto federalismo.

"Korontai é agente oficial e consultor especializado em propriedade industrial (www.komarca.com.br), autor de centenas de artigos sobre propriedade intelectual, federalismo e comportamento, publicados em diversos jornais e revistas. Foi fundador e líder de diversas entidades e movimentos, e autor de ações populares de nível federal. Autor dos livros Brasil Confederação (1993 download gratuito em www.federalista.org.br), É Coisa de Maluco...? (1998) e Cara Nova Para o Brasil - Uma Nova Constituição para Uma Nova Federação, a ser lançado em breve. Propõe o federalismo pleno das autonomias estaduais e municipais desde 1991. Fundador e Presidente Nacional do Partido Federalista (em formação) e Presidente do IF Brasil - Instituto Federalista – www.if.org.br - . Reside em Curitiba/PR" Fonte Site Parlata

"Márcio C. Coimbra Analista político internacional do Friedrich August v. Hayek Institut em Viena, Austria. Membro da The Mont Pèlerin Society. Mestre em Ação Política pela Universidad Rey Juan Carlos com formação academica na Unisinos, UFRGS, FGV e Harvard Law School. Advogado especialista em Direito Internacional, autor da obra "A Recuperação da Empresa: Regimes Jurídicos Brasileiro e Norte-americano", Ed. Síntese - IOB Thomson. Editor-chefe do site Parlata e responsável pelo Blog "Diários do Velho Mundo" (http://marciocoimbra.blogspot.com/)." Fonte Site Parlata

Sorocaba é uma das cidades que mais contribuem em assinaturas para o movimento.
Deve ter algum político ou personalidade sorocabana por tras disso, só não sei quem

Questões sobre a a reforma política

Num comentário da postagem abaixo, um leitor anônimo critica a lista pré-ordenada, dizendo que retira do eleitor o direito de escolha.

Sobre essa polêmica, reproduzo abaixo um texto do blog do Marcelo Coelho

"(...) A Câmara dos Vereadores está em guerra contra o Conpresp, órgão que se dedica a tombar prédios e logradouros históricos na cidade. A Câmara decidiu que o voto do Conpresp não vale tanto assim. Afinal, entre as questões em jogo está um conjunto de galpões industriais na Mooca, e doze edifícios históricos (e baixos) perto do Ipiranga.

Mas o mercado imobiliário gostaria de construir prédios nesses lugares. Insurgiu-se contra o Conpresp. A Câmara Municipal atendeu a essa revolta, diminuindo os poderes do Conpresp.

Seria de esperar, num mundo em que Deus existe, a revolta do PT diante dessa iniciativa do capital predatório. Leio, entretanto, que vários vereadores do PT concordaram com o fim do tombamento e com a redução de poderes dos tombadores.

Arselino Tatto, João Antonio, José Américo, e Paulo Fiorilo são do PT e são contra o poder dos tombadores. Receberam, em doações do mercado imobiliário, respectivamente as somas de R$ 39 200, 20 000, 100 000, e 2 000."

Para isso serve a lista aberta. Para que o eleitor "ache" que escolheu seu candidato, que na verdade foi escolhido por empresas, que fazem doações milionárias para os que defenderão seus interesses.

Mesmo que sejam políticos, em tese, de esquerda.

Reforma Política e Democracia Participativa

A Reforma Política não deve ser pautada como solução para todas as crises políticas que ocorreram, que estão ocorrendo ou que virão a ocorrer. Por si só, perfaz sua relevante importância. Ao participar, em São Paulo, de um debate sobre o tema, cheguei a conclusão de que poucos consensos serão construídos a curto prazo.
O pragmatismo político-oportunista, apontado pelo Deputado José Eduardo Cardozo, em um de seus artigos sobre o tema, revela parte das razões pelas quais não se efetivou. Diz o Deputado que, no Brasil, sempre temos a cultura, independente de partido ou coerência ideológica; de empenhar derrota massacrante ao adversário, não bastando vencer, mas sim, vencer e humilhar o derrotado, segundo os objetivos particulares. A construção de consenso se coloca em segundo plano, tradicionalmente. É o prazer inequívoco da vitória! Exemplo disso, em 2004, quando o PT tentou iniciar discussão acerca da Reforma; recebeu da base aliada, recado bem claro que boa parte romperia com o governo se aquilo fosse à frente.
Desta forma, constata-se a profunda dificuldade de um poder se auto-reformar, seja por ausência de pactos entre as forças políticas, seja por serem beneficiários do sistema vigente.
Para que a Reforma Política se efetive, especialmente em seus pontos cruciais, deve haver pressão social, e mais que isso: garantir a participação popular neste processo! Inserir a população, de forma efetiva, nos poderes de decisão, é fundamental. Além de ser um aprofundamento da democracia, está claro que a Reforma seguirá a lógica pragmático-oportunista, por boa parte dos parlamentares. A necessidade de Assembléia Nacional Constituinte ou Plebiscito é premente!
Ademais, acho importante rediscutirmos os papéis do Senado e Câmara. Também, tenho profundas reservas à idéia da lista fechada pré-ordenada, por subtrair da população o direito de escolha de seus candidatos. No sistema eleitoral vigente, a renovação se deu em 40%.
Imaginemos neste cenário de lista fechada pré-ordenada...
É um pouco disso.

Bah! Caroço na Rádio Fritura

Bah! Caroço

Programa do caroço na Rádio Fritura

Politica com humor, variedades e convidados. Todas as Quartas as 16:00h.

Assistam: http://www.radiofritura.com/

Apresentado por Daniel Lopes

Acordo leonino e inexplicável

Acordo Ministério do Trabalho e Microsoft para jovens do Brasil.

Microsoft Brasil e o Ministério do Trabalho e Emprego assinaram na última segunda-feira, 20 de agosto, um acordo de cooperação técnica.

O Portal do PSL-Brasil procurará as autoridades do Ministério para buscar informações do porque a exclusão de opções como software livre. Interessa muito a informação do quanto de dinheiro público foi usado na iniciativa. Segue a matéria do site da ONG parceira da Microsoft.

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a Microsoft Brasil assinaram hoje, um acordo de cooperação técnica dentro do Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego para Jovens (PNPE), do governo federal. O objetivo da parceria é oferecer capacitação em tecnologia da informação para jovens entre 16 e 24 anos e permitir a inclusão desses alunos no mercado de trabalho. A cerimônia de assinatura do acordo aconteceu a partir das 12h00, na sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). O projeto consiste na oferta de cursos de capacitação às ONGs ligadas ao Programa Primeiro Emprego.

O objetivo é formar e treinar professores que atuam nessas instituições para que eles sejam multiplicadores de conhecimento e, assim, contribuam com o desenvolvimento das comunidades menos favorecidas do país. Esse trabalho é desenvolvido pela ONG Oxigênio, indicada pelo Ministério do Trabalho como entidade responsável pela coordenação e gerenciamento do programa junto a outras 24 organizações sociais, integrantes do Consórcio Social da Juventude.

25 agosto, 2007

Efemeridade da vida

"Por que que a droga da TV – do jornal e da revista – não aproveitou a desgraça com o avião da TAM no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, a bola de fogo, o arrebatamento dos instantes, a fatalidade, a impotência humana sobre o tempo e o mistério, para tratar da efemeridade da vida?"
"Outro dia entrei num sebo aqui em São Paulo, cujo dono me conhece. Ele (um rapaz de uns vinte e cinco anos) veio surgindo do fundo da loja, emergindo de entre pilhas e mais pilhas de livros velhos amarelados, enrugados, organizados meio sem ordem, e foi dizendo: "olha, hoje entrou um livro seu! (e citou o nome). Aliás, ontem entrou outro em que o prefácio é seu! E tem outro aqui (retirando o exemplar da prateleira e me mostrando) em que a revisão é sua!" Abri uma gargalhada diante do jovem de cara boa, bonita, risonha, metade da minha idade: "quer dizer que já virei mesmo objeto de museu, não é não?!". Ele respondeu que aquilo, na verdade, era sinal de consagração. "Consagração, não. Esquecimento", corrigi. "Tudo o que eu quero – esquecimento", acrescentei."
A mim, afinal, não me interessa mais a publicação de livros. Hoje eu só escrevo para mim mesma – e não há maior sensação de liberdade do que esta. Esta sensação de estar fora do sistema, de não ser refém nem do “mercado” nem da mídia podre. E eu só escrevo para ter contato com o outro tempo, o que a TV não mostra. Há outro tempo que a TV não mostra (é preciso, com urgência, matar a TV, a imprensa escrita etc.).
"O que virou a tragédia do avião da TAM senão um showzinho para o “Fantástico” da Globo? É preciso acabar com a Globo, com o jornal “O Globo”, com a “Folha de S. Paulo”, o “Estado de S. Paulo”, a Rede Bandeirantes e outros lixos como eles se apresentam hoje."
Marilene Felinto - texto integral

Mídia, poder e apocalipse

"A vida da maioria das pessoas está melhorando, todos os indicadores mostram, não é porque trabalhei no governo, é só pegar salário, emprego, inflação controlada, juros caindo, exportações, balança comercial, consumo de alimentos, cimento. Enquanto isso, você pega os jornais e parece o apocalipse." (Mylton Severiano – Caros Amigos)

Sorocaba precisa repensar a cultura

Por Maíra Fernandes

Quando Gilberto Gil disse na primeira estrofe de sua música "Cultura e a civilização" - "A cultura e a civilização, elas que se danem, ou não..." - a intenção, explícita no decorrer da letra possibilita o entendimento de que tratava-se de um desabafo contra a forma burocrática e equivocada na classificação sobre ambas, que, em muitas vezes, acabam por ser vistas de forma estanque.

Ainda na mesma música, que compõe o álbum de 1969, ele expressa nas demais estrofes que o que o interessa é seu licor de jenipapo, o papo e as noites de São João - manifestações e características típicas da (sua) cultura nordestina, que contrapõe-se à primeira frase, afirmando que a cultura é resultado da civilização e, a civilização, reflexo de sua cultura. Assim como Gil, o músico e pesquisador sorocabano, Maurício Sérgio Dias, acredita que vê-las separadamente, é não compreender, de fato, nem uma, tampouco outra."O que falta é entendimento sobre o que é cultura".

Entender a cultura é um desafio moderno, pois ela não se restringe apenas a determinadas atividades e manifestações artístico-culturais. Muito mais ampla, ela comporta valores, pensamento, arte, ética, estética, sociedade.

Para uma gama de artistas sorocabanos, falta ao poder público esse entendimento, que vislumbre a cultura em um contexto social mais profundo, considerando-a como necessidade básica assim com saúde, moradia e saneamento básico, e compreendendo a importância da cultura para a formação da identidade tanto de uma nação, quanto de um vilarejo.

Publicado na Revista Revista Cidade, do dia 15 de agosto

24 agosto, 2007

Biblioteca do futuro

Biblioteca do futuro, inaugurada hoje disponibiliza 188 mil livros eletrônicos

Um consórcio formado pelos sistemas de bibliotecas da USP, Unesp e Unicamp passa a contar com um acervo de 188 mil livros eletrônicos. A cerimônia de inauguração do portal de e-books ocorre hoje, às 10h, no auditório da Biblioteca Central da Unicamp.

A Biblioteca do Futuro disponibilizara livros específicos para a pós-graduação que estarão disponíveis no site

Gostaria de aproveitar o ensejo e sugerir algo que me ocorreu lendo esta matéria no site da ONG Memória Viva:

Em Sorocaba, poderíamos criar um banco de dados específico com documentos e livros que digam respeito a história da região de Sorocaba, os livros estão em diversos acervos diferentes, muitos nem estão na cidade, existe um grande número de dissertações de mestrado e doutorado arquivadas na USP, Unicamp, Unesp e na Uniso. A cátedra Jaime Cortesão, da USP, em 2005 digitalizou todo o acervo de documentos do período colonial referente à província de São Paulo que estavam guardados no Arquivo do Conselho Ultramarino de Portugal, material fantástico – seria magnífico reunir todo este acervo


www.cruesp.sp.gov.br/bibliotecas

Sobre o arquivamento na Comissão de Ética

(...)
"Mesmo tendo seguido a minha consciência, recusando-me a prosseguir num julgamento esgotado por falta de provas, curvo-me à tradição da decisão coletiva constituinte do nosso Partido e submeto-me (sic) ao julgamento dos nossos companheiros e companheiras, para que se restabeleça a disciplina partidária, a qual não me permito arranhar. (...)"
Lembro-me quando, em reunião bastante tensa, junto com outros companheiros, decidi votar contra decisão majoritária, concernente ao retorno de um antigo companheiro ao partido; visto que em época anterior, trocou-nos pelo partido adversário.
Em que pese, naquela oportunidade, ser reunião de coletivo político intra-partidário, e não deliberação partidária; analogicamente, reconheço os mesmos procedimentos.
Desta feita, nesta ocasião - assim como naquela oportunidade, quando de um exame de consciência - , o companheiro Hamilton decidiu votar segundo seus critérios de justiça, individualmente. E após ler a carta em seu site, que transcrevo pequeno trecho acima, dou-me por satisfeito!
Um companheiro de caráter; história viva do PT! Que assume posição e merece, de minha parte, ainda mais admiração e consideração! Contudo, faço respeitar às opiniões divergentes, mas não posso conviver com contradições.
Em suma, "tem hora que não dá!"! E aprecio posições políticas fundamentadas em princípios.
Hamilton assumiu a defesa do Governo Lula em seu momento mais difícil. Da mesma forma com o PT. Um incansável. Um grande ser humano! Honrado e destemido! Um vencedor!
E merece apenas um julgamento dos companheiros:

SER NOSSO CANDIDATO A PREFEITO!

23 agosto, 2007

A canção e os valores da pseudo-civilização

(Até onde uma música pode nos levar? Que consciência ela pode nos dar?)

É quase natural que militantes de esquerda,ou pelo menos ex-militantes,já ouviram canções de Violeta Parra, Daniel Viglietti, Quilapayún, Chico Buarque, Geraldo Vandré, Víctor Jara entre outros milhões que cantaram vidas e com a alma e um instrumento conscientizaram o povo.

O que aconteceu com essas canções?

Essa pergunta quiçá, ninguém vai responder, no máximo um dono de uma gravadora dirá "não é isso que as pessoas querem ouvir". Quem são eles para julgarem o que devemos ouvir ou não? Eu não quero músicas sem brilho ou mensagem, falando de mulheres vulgares e incentivando o consumismo. As canções sempre tiveram um poder muito grande. Certos temas, como foi o caso de "Casa forte" de Edu Lobo, foram proibidas somente por serem "provocativas",então,seria por acaso que as canções tocadas nas grandes rádios e grande parte da mídia incentivem um comportamento estúpido e completamente alienado? De quem são os interesses defendidos?
Será que o povo realmente não tem nada a dizer em músicas?
O que aconteceu com aqueles que nos anos 60 cantaram canções como "Prá não dizer que não falei das flores"?
O que eles ensinam aos filhos?
_______________________
Francisco Prandi Mendes de Carvalho, cantor, socialista e apaixonado por música Latino-americana.

22 agosto, 2007

Blog do Zé Dirceu


Recomendo a todos que leiam o blog do Zé Dirceu. É bem qualificado, com artigos variados e interessantíssimos! Além de boas análises políticas!
Sugiro leitura da entrevista que Zé Dirceu faz com Manuela DAvilla, que foi vice-presidente da Une, deputada federal pelo PCdoB, sobre a temática juventude.
Merece, também, recomendação, o artigo de Alexandre Heringer Lisboa - Engenheiro Eletricista, mestre em Engenharia Mecânica e especialista em Energia Eólica -, denominado "Energia: o debate torto".
www.zedirceu.com.br

Estranho. Muito estranho...

As bancadas do PT e do PSOL, na Assembléia Legislativa, apresentaram requerimento à Comissão de Ética da Casa - presidida pelo sorocabano Hamilton Pereira -, solicitando que fosse iniciada uma investigação contra o líder dos tucanos, deputado Mauro Bragato, acusado de irregularidades em contratos da CDHU. Irregularidades milionárias, diga-se de passagem.

A representação pedia apenas que fosse iniciada uma investigação sobre as denúncias. Investigação que buscaria elementos para condenar ou absolver o líder tucano.

O Ministério Público acredita que tais indícios existem. O próprio Mauro Bragato rapidamente deixou a liderança do PSDB, quando a representação foi protocolada.

Apesar disso, hoje, a Comissão de Ética da Assembléia Legislativa de São Paulo decidiu arquivar o processo contra Mauro Bragato. Deram uma olhada nos documentos apresentados pelo Ministério Público, disseram que não encontraram nada de mais e decidiram arquivar o processo. Sem investigação.

O mais estranho é que a base do governo Serra conta com oito votos entre os nove membros da comissão. O único oposicionista é justamente o deputado Hamilton Pereira, que preside a Comissão de Ética. E que apenas votaria em caso de empate.

Contrariando a decisão do PT, Hamilton Pereira, mesmo sem haver empate (a votação estava em confortáveis 8 a 0 para o tucano), decidiu anunciar seu voto. Também a favor do arquivamento do processo!

Apesar disso, o líder do PT na Assembléia, deputado Simão Pedro, anunciou que insistirá na instalação de uma CPI para investigar as irregularidades da CDHU - e também as de Mauro Bragato.

Essa eu não entendi.

"O Psol está à direita do PT"

texto divulgado pela Corrente Operária do ABC, em Julho de 2007, anunciando eu rompimento com o Psol

"(...)
"A partir da ruptura dos parlamentares “radicais” com o PT, que se colocaram contra a reforma da previdência aplicada pelo governo Lula, formou-se o PSOL em 2004. Nós da Corrente Operária do ABC, a partir da nossa experiência como corrente dentro desse partido, afirmamos que o PSOL demonstrou que não responde à necessidade de construção de um partido de independência de classe.

"Desde o início, afirmamos que o PSOL não era um partido revolucionário, mas que entrávamos nele lutando por essa estratégia. (..)

"Em todos os aspectos, o PSOL não é um partido da classe trabalhadora e por isso estamos rompendo com esse partido. Em primeiro lugar, o PSOL constitui-se como um partido pequeno-burguês por sua direção, em que os parlamentares pronunciam-se, votam e agem como bem entendem (...)

"(...) ao invés de um programa em defesa das demandas concretas da classe trabalhadora e do povo pobre, o PSOL defendeu redução de juros e mudança na política econômica, mantendo a exploração capitalista, alimentando a farsa de que o crescimento econômico vai gerar automaticamente benefícios para os trabalhadores, enquanto gera na verdade maiores lucros para os patrões. Para os empresários, Heloísa Helena mandou seu recado de que não precisavam temer seu governo. Para a questão da terra, uma reforma agrária conforme a Constituição atual, no mesmo molde que afirmou Lula em sua posse.

"(...)

"Contra a orientação da Frente de Esquerda, construímos uma campanha em defesa da independência de classe, que teve como eixos a luta contra as demissões, as demandas do povo negro, a legalização do aborto e a luta anti-imperialista. Enquanto isso a campanha de Heloísa Helena defendia os empresários, se pronunciava contra a legalização do aborto e o direito da mulher de decidir sobre o seu corpo e sequer se pronunciou sobre o ataque de Israel ao povo libanês. E César Benjamin, candidato a vice-presidente, se achava no direito de falar sobre a questão negra, pronunciando-se contra as cotas raciais e fazendo coro com a ideologia burguesa negando a existência da opressão racial. Vergonhosamente, com relação à violência social, Heloísa Helena aliou-se aos setores reacionários, defendendo o “combate implacável aos bandidos”, quando sabemos que a ação policial está nas periferias reprimindo e assassinando pobres e, principalmente, negros.

(...)

"O PSOL busca a construção de um “bloco político e social” poli-classista de todos os setores que se opõem ao capital internacional, os grandes monopólios e os latifúndios. Aí cabem não somente o proletariado e o campesinato pobre, mas também os empresários do setor produtivo não monopolistas e setores da polícia. Nesse sentido, está à direita do PT das origens que defendia a consigna “partido sem general e sem patrão”."

21 agosto, 2007

A invenção da crise

por Marilena Chauí
"Era o fim da tarde. Estava num hotel-fazenda com meus netos e resolvemos ver jogos do PAN-2007. Liguei a televisão e "caí" num canal que exibia um incêndio de imensas proporções enquanto a voz de um locutor dizia: "o governo matou 200 pessoas!". Fiquei estarrecida e minha primeira reação foi típica de sul-americana dos anos 1960: "Meu Deus! É como o La Moneda e Allende! Lula deve estar cercado no Palácio do Planalto, há um golpe de Estado e já houve 200 mortes! Que vamos fazer?". (...)
Para ler na íntegra, clique no título
"A regra de ouro consiste em sermos amigos do mundo e em considerarmos como uma toda a família humana. Quem faz distinção entre os fiéis da própria religião e os de outra, deseduca os membros da sua religião e abre caminho para o abandono, a irreligião.”
Mahatma Gandhi

Quanto custa um partido?

Semana passada olhando os anúncios num quadro no prédio de História da USP, vi uma chamada que me deixou alarmado:

Uma organização esta pagando R$ 400,00 por mês para quem conseguir colaborar para as 438 mil assinaturas necessárias para a formação do "Partido Federalista" (PF), que iria lutar no congresso pela autonomia dos estados Brasileiro.

As aspirações separatistas das elites do centro-sul do País, sempre desprezaram os estados do Norte e Nordeste, existe um pensamento em defesa do separatismo que vem ganhando força nos últimos anos, em São Paulo o percebemos muito bem nas eleições de 2006.

Com dizeres do tipo: "não mais sustentaremos Brasília" e "quem elegeu Lula foram os famintos e ignorantes nordestinos", o pensamento deles é muito simples: "São Paulo é a locomotiva do país e sustenta a todos, imaginem se São Paulo deixasse sustentar o Brasil o que seriamos!"

Eles estão a colher assinaturas e Sorocaba é a segunda cidade com o maior número de bolsistas no estado, são cinco pessoas recebendo para fazer campanha nos seguintes bairros (Jr. Paulistano, Jr. Emília, Colorau, Jd. Simus e Centro)

Segundo o site, eles precisam de 438 mil assinaturas. Se cada funcionário do grupo conseguir mil assinaturas em dois meses (o que não é difícil), eles necessitariam de 836 pessoas em todo o país para formar um novo partido, o custo disso seria em torno de 670 mil reais.

Deu pra perceber que pra quem tem dinheiro é muito fácil e muito barato erguer um partido neste país. Por isto não vejo saída para o país sem a reforma política!


Algumas propostas do PF:

Separação dos estados cada qual com a sua própria constituição, fim da tributação das empresas, bipartidarismo, fim das leis trabalhistas, contra as cotas raciais, favoráveis a pena de morte, incremento da estrutura militar, entre outras.

Anac, nem a Globo engole mais.

Sobre como inventar e desinventar notícias...

...veja algumas manchetes do Portal G1 da Globo sobre as relações de Denise Abreu, diretora da Anac com o governo Lula:

"Denise Abreu nega relações com Lula e Zé Dirceu"

"Denise Abreu nega ter incitado aéreas contra o governo"

"As pessoas de bom senso já devem estar perplexas como a imprensa, numa mesma semana, pode ser tão contraditória. Uma hora Denise Abreu é tão importante para o Governo Federal que as autoridades se preocupariam em 'blindá-la'. Dias depois, a mesma imprensa diz que Denise Abreu faz oposição ao Governo!" (Denise Abreu)

Denise Abreu é bastante picareta mas a globo consegue ser pior. Tem que decidir ou a Denise é contra ou ela é a favor do governo, as duas coisas não pode!

20 agosto, 2007

O cansado Ives

O advogado Ives Gandra Martins, em artigo publicado no Jornal do Brasil, em 14/08/07, e reproduzido no jornal Cruzeiro do Sul, de 16/08/07, procura justificar sua participação no movimento conhecido como "Cansei". Um cansaço seletivo.

Diz que trata-se de um movimento apartidário. Porém, após elencar uma série de desmandos históricos "dos governantes", acrescenta: "não resolvidos nesses quase 5 anos de governo Lula". Portanto, ele não está cansado de mais de uma década de governo tucano em São Paulo. Não está cansado da FEBEM, da situação caótica da segurança publica, da corrupção generalizada no governo paulista. Também não está cansado da péssima qualidade da educação oferecida aos nossos jovens. Principalmente depois da famigerada "progressão continuada". Também não está cansado da cratera do Metrô, também conhecida como "buraco do Serra".

Não. Ele só cansou do governo Lula.

O jurista procura defender a seccional paulista da OAB, promotora do "Cansei". Afirma que a entidade foi o "pulmão da sociedade" durante o regime militar. Tal afirmação me parece bastante pretensiosa.

Os "pulmões da sociedade" foram sufocados - estavam presos ou eram caçados nas ruas. A OAB – com honrosas exceções – fazia parte do status quo durante a ditadura militar. Era parte do ordenamento jurídico dos generais, de seu arcabouço institucional. Assim como o ministério público e o poder judiciário. Todos seguiam com suas vidas, apesar do AI-5, das torturas e prisões. Recebiam seus salários e indignavam-se em silêncio.

Ou alguém recusou-se a cumprir algum dos atos institucionais, ou julgá-los sem validade?

Portanto, cuidado ao se aproximarem da democracia. É uma dama honesta, mas de má-reputação, que ficará ruborizada com esse tipo de companhia.

Vocês, elite dominante, gostando ou não do termo, governaram esse país durante séculos e são responsáveis por nosso atraso, subdesenvolvimento e miséria.

Na verdade quem cansou foi a sociedade brasileira, que derrotou, em duas eleições, esse pensamento elitista. Tentem se reorganizar, disputar mais uma vez. Quem sabe em 2010?

Até lá, fiquem em Campos do Jordão, organizando exposições de cachorrinhos.

Descansem em paz.

Free Hernandez!

Ontem fui ao aniversário de meu amigo Juninho!
Lá pro final da festa, já de saco cheio de tantas piadinhas, Rodrigo China, o mau humor em pessoa, proferiu a inesquecível frase de efeito:
- Sabe o que nós temos em comum? - e continuou:
-Todos nós cuidamos da minha vida!!!

19 agosto, 2007

Votações secretas

Encontrei a transcrição da votação da proposta de Emenda à Constituição que proibiria o voto secreto para cassação de mandatos parlamentares, proposta pelo senador Tião Viana PT-AC em 2003. O discurso do senador Arthur Virgilio (PSDB-AM) é muito interessante:

Devo ressaltar, antes de tudo, a minha posição pessoal a favor do voto secreto,
(...)
Por entender, Sr. Presidente, que o voto secreto é da tradição anglo-saxônica parlamentar – na qual se inspira o Parlamento brasileiro e a sua história. –, não como instrumento para proteger quem cometa, por ventura, irregularidades graves (...). Ao contrário, a idéia inicial era proteger os que se opunham ao rei.
(...)
O Parlamento brasileiro, volto a repetir às Srªs e aos Srs. Senadores, tem uma belíssima tradição, superior à de quase todos os países considerados desenvolvidos e democracias consideradas consolidadas, por que ele é o terceiro em continuidade de funcionamento em todo o mundo, superior ao da Alemanha, que viveu momentos de absoluto blecaute da democracia; ao da Itália, que viveu, por exemplo a aventura obscura do fascismo
(...)
O primeiro é mãe dos parlamentos, a Inglaterra. O segundo são os Estados Unidos, democracia consolidada. E o Brasil é o terceiro.
(...)
O voto secreto é um instrumento que deixa o Parlamentar, seja Senador, Deputado Federal ou Estadual ou Vereador, a sós com sua consciência, em uma hora que é sublime, em que vota livre de quaisquer pressões, que podem ser familiares, podem ser de poder econômico, podem ser de expressão militar, ou ainda vindas de quais quer setores de um Poder Executivo que, em determinado país, pode mostrar-se moderado, tolerante, respeitoso com os direitos democráticos, as franquias democráticas e, nas mãos de outra pessoa, poderia assumir um contorno mais autoritário
. (Diário do Senado Federal, 14/03/2003)

Arthur Virgílio possivelmente não considera as ditaduras pelas quais o Brasil passou.

Meu MSN

Desde 2003 o meu MSN era dmitri_ulianov@hotmail.com, hoje finalmente resolvi mudá-lo para fabio-cassimiro@hotmail.com. Esta disponível para quem quiser adicionar-me aos seus contatos.
A União da Juventude Socialista, UJS, lançou neste sábado (18) a campanha: ''Quem vem com tudo NÃO CANSA - É Proibido Dobrar à Direita''

18 agosto, 2007

Parentes de vítimas cansaram do Cansei

O ato do Movimento Cívico Entediado pelo Direito dos Brasileiros Ricos, mais conhecido como "Cansei", foi marcado por desorganização por parte das lideranças e revolta dos familiares das vítimas do acidente com o Airbus da TAM, que completa hoje um mês.

Cerca de 40 parentes, vindos de todas as partes do País, compareceram a Praça da Sé, mas não puderam subir ao palco que foi montado no local para os organizadores e artistas que aderiram à manifestação.

Enquanto o protesto acontecia, os familiares ficaram represados na rampa de acesso ao palco. Nem se quer a presença do grupo foi citada pela organização. "Disseram que o palco estava cheio e que poderia cair se subíssemos. Estava cheio de artistas e seguranças. Nós éramos quem deveria estar lá em cima", disse Luciana Haensel, filha de Ângela Haensel, que veio de Porto Alegre para participar do ato em memória de sua mãe, passageira do vôo 3054 da TAM

Cada vez que D’Urso falava que o “Cansei” é um movimento do povo o engenheiro e economista José Carlos Braga se manifestava contra e gritava que é um movimento de ricos: “As autoridades aproveitaram a queda de um avião para explorar o fato e armar o picadeiro”.

fonte: AE

E Deus cansou do Padre Antonio Maria


"Nós estamos aqui em frente à casa de Deus e nós queremos ouvi-lo, mas ele [Deus] diz que também está cansado”, disse o padre Antônio Maria.

Um padre sexagenário da renovação carismática acochando uma ex-vedete de oitenta anos numa passeata de direita.

É claro que Deus está cansado! Onde o mundo vai parar!?!?

O que diria Nelson Rodrigues, direitista convicto e criador da expressão "Padre de Passeata" ao se deparar com uma cena dessas?

Cansei da Philips - quebra-quebra no Piaui

Entidades estudantis organizaram hoje uma manifestação contra os produtos da Philips no Piauí. Eles quebraram televisores, DVDs e aparelhos de som da marca em praça pública e pediram um boicote à empresa.

O ato foi realizado em repúdio às declarações do presidente da Philips do Brasil, Paulo Zottolo, que disse que se o Piauí deixasse de existir ninguém iria se chatear com isso. A afirmação foi publicada no jornal Valor Econômico.

Para os estudantes, Paulo Zottolo deveria conhecer o Estado ao invés de proferir "declarações estapafúrdias" sobre o Piauí. "Nós vamos criar um movimento para que a população nordestina boicote os produtos da Philips. Cansamos de ser discriminados. Vai ter o movimento 'Cansei da Philips'", comentou José Eduardo Alemão, presidente da União da Juventude Socialista (UJS) no Piauí.

Cansei de ver uma tragédia ser usada politicamente

Na maioria dos sites da internet nesta madrugada a manchete é o depoimento dos pilotos da Gol que pousaram um Boeing 737 minutos antes do acidente com o avião da TAM, eles dizem que a hipótese de defeito ou erro dos pilotos é absurda e que a pista estava muito escorregadia.

Se esta hipótese é absurda e o avião da TAM caiu por que Lula deixou a pista escorregadia, então por quê o Boeing 737 da Gol também não caiu? Será que o Lula só queria derrubar o avião da TAM?

17 agosto, 2007

Hoje às 13 horas temos que gritar.

Gritar em desabafo, contra essa elite podre, composta de prostitutas e marginais refinados.

Gritar contra uma classe artística elitista e conservadora, que nunca colaborou com a arte e a cultura do nosso país.

Gritar contra uma entidade de classe chamada OAB, que tem como um de seus representantes um cara com uma lábia de mascate e a conduta do que tem de pior em nossa sociedade. Uma entidade que não é capaz de punir seus membros, que cada vez mais fazem questão de mostrar que a justiça além de sega e manipulável aos seus interesses mercenários.

Gritar contra esta classe média cansada do Brasil, que sonha em morar em Alphaville, mas já se endividou com o Honda Civic. Uma classe média burra e despolitizada.

Todos que acreditam em um Brasil com mais igualdade, menos hipocrisia e status devem gritar. O nosso grito vai mostrar a essa corja que além da muralha de sua soberba existe um povo que está construindo um Brasil melhor.

Aos que não querem miséria, não aceitam a fome e querem a igualdade

GRITEM!!!!!!!

O Piaui não faz falta

Paulo Zottolo, presidente da Philips do Brasil e um dos líderes do movimento cívico-enfastiado "Cansei", ao ser entrevistado pela jornalista Mônica Bérgamo (FSP), soltou a seguinte pérola:

"Não se pode pensar que o país é um Piauí, no sentido de que tanto faz quanto tanto fez. Se o Piauí deixar de existir ninguém vai ficar chateado"

Na verdade, para esse pessoal, da Zé Lite, se todo o Brasil desaparecesse, não faria a menor falta.

16 agosto, 2007

Projeto de lei promove a sustentabilidade do ambiente construído

O deputado federal Paulo Teixeira apresentou na última quinta-feira, dia 9, projeto de lei que contempla um aperfeiçoamento extremamente importante no Estatuto da Cidade, pois prevê a necessidade de elaboração e aprovação do plano municipal de sustentabilidade do ambiente construído. A iniciativa contou também com a assinatura dos deputados Zezéu Ribeiro (PT/BA), Pedro Wilson (PT/GO), Luis Carlos Busato (PTB/RS), Ricardo Izar (PTB/SP) e Nilson Pinto (PSDB/PA).
Trata-se de proposta inovadora, que insere na lei federal mais importante sobre a questão urbana – a Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 – a preocupação com parâmetros ambientalmente sustentáveis de construção, sem conflitar ou concorrer com as normas ambientais em vigor.

Conhecer Sorocaba

Depois de ler as últimas postagens do Fábio, me ocorreu que Sorocaba não dispõe de dados públicos, em quantidade e qualidade suficiente, para auxiliar os que buscam encontrar soluções para os graves problemas de nossa cidade e região.

Deixo uma sugestão: que os futuros candidatos a prefeito considerem a possibilidade de se criar uma fundação, com dotação orçamentária própria e, com recursos públicos e da iniciativa privada, portanto, livre das pressões dos governantes de plantão.

Tal fundação se dedicaria a reunir dados sobre nossa cidade, do ponto de vista econômico, social, geográfico, histórico, etc. E também a oferecer bolsas de estudo e auxílio financeiro a pesquisadores que desejem realizar trabalhos sobre nossa realidade.

O fruto desse trabalho seria usado pela Prefeitura para implementar suas políticas públicas e para que empresas e organizações sociais possam melhor planejar e realizar investimentos e outras ações.

15 agosto, 2007

Considerações sobre a história de Sorocaba

Ontem a Jornalista Maíra Fernandes do Jornal Cruzeiro do Sul, contatou alguns historiadores para que contribuíssem numa matéria sua sobre a história de Sorocaba, Incao, Cavalheiro e eu insistimos na necessidade de uma revisão profunda de nossa história, a matéria de hoje, que comemora os 353 anos da cidades traz uma síntese dessas idéias.
Publico aqui um trecho do que eu havia ensaiado para um artigo que acabou não saindo, ou melhor, que eu acabei não escrevendo:
A história de um povo nunca é uma evidência exata do que aconteceu, como esteve em voga do final do século XIX até a metade do século XX, trata-se em todos os casos de uma construção, a construção de uma memória, que o historiador como indivíduo não pode controlar pois trata-se de uma construção social que ocorre ao longo do tempo e responde aos questionamentos feitos pelos homens no presente.
Nossa historiografia, sobretudo até os anos 60 e 70, contou a história de uma cidade erguida por heróicos Bandeirantes, mas não gostava muito de contar que os bandeirantes tinham como principal atividade a captura de índios para escravizá-los, nem mesmo contou que a língua falada por estes heróicos “europeus dos Trópicos” que “civilizavam” o interior paulista não era o português, era sobretudo a “língua geral”, uma mistura do tupi com o português, que no nosso caso ainda sofria grande influência do castelhano; é omitido por exemplo que os habitantes paulistas possuíam hábitos de higiene, vestimentas e comportamento, que podiam ser considerados bárbaros por um visitante “europeu da Europa”.
Da mesma forma, a atividade escravista quase não aparece na historiografia, Como é o caso do empresário Matheus Maylasky, cuja imagem foi construída como a de um abolicionista, Carlos Cavalheiro desmonta esta construção ao publicar em seu livro um anúncio de captura de escravos fugidos emitido pelo próprio Maylasky, no período em que ele é tratado pela historiografia como um bom empresário que liberta seus escravos.
A historia de Sorocaba é realmente muito complexa, pois há grande riqueza de eventos colocam-na como um dos centros para que possa entender vários momentos da história brasileira, tais como, o comércio na capitania de São Paulo, crise do Antigo sistema colonial e a industrialização.
No entanto, a historiografia não se renovou, depois da década de 70, mesmo que se deva questionar a relevância desses historiadores hoje, não tem havido bons trabalhos, aliás, tem, só que são muito fragmentados e nós não temos um órgão fomentador de pesquisas, como exerceu no passado a Fundação Ubaldino do Amaral, Gabinete de Leitura e a própria prefeitura - que fomentaram uma história da elite sorocabana.
A história precisa ser revista, Sorocaba apesar de ter tido um papel econômico de destaque no passado, comparativamente muito maior que hoje, não esta inseridas nas grandes discuções sobre historia econômica, não digo que historiadores não estejam participando, e não estão, mas nossa história sequer é citada, quando isto acontece são alusões vagas, mas acredito que o estudo exaustivo de alguns temas podem fornecer chaves importantes para o entendimento da história do Brasil

Tropas, tropeiros e tropeirismo: uma revisão necessária

Nas décadas de 60 e 70 tivemos grandes historiadores ligados a antiga tradição historiográfica como Carlos Borges Schmidt, Alfredo Ellis Junior e o mais incrível de todos Aluisio de Almeida, este fez uma pesquisa de grande fôlego fazendo uso dos jornais da época, dos arquivos da cidade, da cúria, até hoje as series de números mais completas, referentes ao volume de tropas que passaram por Sorocaba são de Almeida.
Após estes pesquisadores ligados a tradição elitista quase nada de novo apareceu sobre as tropas e mesmo sobre Sorocaba, os últimos trabalhos tem sido no máximo fragmentos do que poderia ter sido uma pesquisa histórica.
Os trabalhos mais representativos que tomei conhecimento foram realizados na USP e na Unesp, destaco o de Antonio Carlos de Almeida Prado Bacellar, “Viver e sobreviver numa vila colonial” e “Sorocaba no Império” de Cássia Maria Badinni, além de trabalhos de mestrado sob orientação da professora Raquel Gleizer (USP).
Bacellar faz uso da demografia histórica, que usa métodos estatíscos para análise da história, esta tendência, em minha opinião exacerba dos fatores numéricos e tendem a deixar de lado fontes e fatores políticos e culturais, no entanto Bacellar observa que as feiras de muares não tinham uma relevância tão grande na vida social da cidade como apregoa a historiografia, sua sazonalidade, fazia com que os moradores mantivessem outras formas de subsistência, a grande atividade econômico era a pequena agricultura, o produto de maior vulto era o suíno, além disso observa ausência de concentração de riqueza nos períodos de maior relevo da atividade tropeira,o escravo, não era o escravo tradicional de fazenda, raramente alguém possuía mais de seis escravos.

Sobre o tropeirismo, existem questões muito difíceis, como por exemplo o fato de o movimento ter conhecido o seu período de auge durante a decadência da mineração, no início do século XIX , ou seja, coloca em xeque a noção amplamente divulgada de que ele tenha existido para alimentar de mulas as minas de ouro, fato que colocaria Sorocaba numa situação de relevância num momento histórico importante para o país

De fato a atividade tropeira se iniciou para fornecer mulas às minas, no entando, o conteúdo de mulas que passava por Sorocaba no século XVIII e no início do XIX era incrívelmente menor que a quantidade que passou atravessar o rio Sorocaba após a década de 1840 ele era muito pequeno, conhecendo um aumento quase repentino que durou até o terceiro quartel daquele século.
A historiografia costuma relacionar a decadência das tropas com a chegada da estrada de ferro Sorocabana, o que não pode ser verdade, pois a Sorocabana faliu num primeiro momento e muito devagar ela foi ganhando importância, provavelmente, a estrada de ferro tenha sido responsável sim, mas não a Sorocabana, seriam as diversas estradas que ligaram o Vale do Paraíba, Minas Gerais e o interior do Rio de Janeiro ao litoral.

Há com certeza muito o que se pesquisar a respeito da história de Sorocaba, neste sentido nós ainda nem engatinhamos, dado enorme volume de informações a serem pesquisadas, formação de bancos de dados específicos para Sorocaba, que remetam aos Arquivos do Estado, Arquivo Ultramarino (Portugal) e a Cúria. Esta tarefa só será cumprida com a formação de um órgão fomentador de pesquisas, seja ele público ou privado - este é um dos fatos que me fazem ter a espectativa de um dia ver trocado o poder municipal.

14 agosto, 2007

O Brasil, por FHC

Fernando Henrique Cardoso, o FHC - ou o Farol de Alexandria, como prefere Paulo Henrique Amorin - foi entrevistado pela revista tucana Piauí.

Veja algumas reflexões profundas sobre o Brasil, feitas pelo ex-presidente e ex-sociólogo:

“Que ninguém se engane: o Brasil é isso mesmo que está aí. (...) Continuaremos nessa falta de entusiasmo, nesse desânimo.”

“Quais são as instituições que dão coesão à sociedade ? Família, religião, partido, escola. No Brasil, tudo isso fracassou.”

“No meu governo universalizamos o acesso à escola, mas para quê ? O que se ensina ali é um desastre.”

“Parada militar no Brasil é pobre pra burro. Brasileiro não sabe marchar. Eles sambam... (...) Em setembro venta muito em Brasília e o cabelo fica ao contrário.”

“Essa coisa de ser brasileiro é quase uma obrigação.”

Com base no exposto, conclui-se que FHC tornou-se um anarquista gay desanimado.

13 agosto, 2007

Tem coisa errada no ar

O Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea), que é presidido pelo presidente da TAM apresentou hoje ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, uma pauta com cinco reivindicações.

Uma delas pede revogação da diminuição dos vôos em Congonhas;

Apesar de as companhias continuarem relacionando a queda do avião da TAM com a supostas "pessímas" condições da pista, agora, defendem a manutenção do número de vôos em Congonhas contra a determinação do presidente Lula de dimunir os pousos e decolagens.

Se o aeroporto é mesmo um perigo, como tem dito a Veja, a Globo e a TAM, então porque eles querem manter a quantidades de vôos, sendo que muitos deles já foram remanejados para Cumbica?

Para as empresas aéreas é muito mais lucrativo concentrar todas as conexões de vôos do país num único aeroporto - Congonhas.

Será que o aeroporto de Congonhas não é tão inseguro como dizem?

Ou será que a TAM pouco se importa com a segurança de seus passageiros, estando mais preocupada com seus lucros?

E a Veja e a Globo que apoiam as reivindicações das empresas aéreas, qual sera o interesse delas?

Recuperar a prioridade nos núcleos de base

"A esquerda precisa fazer uma autocrítica de seus métodos de trabalho. Precisamos recuperar a prioridade nos núcleos de base, na formação política dos militantes, na construção de meios de comunicação de massa e na luta social, única maneira de acumular forças para um projeto estratégico."

João Pedro Stedile

12 agosto, 2007

Pensem nas Feridas Como Rosas Cálidas

No último sábado, 11 de agosto, fui ao Teatro Municipal ver Navalha na Carne, de Plínio Marcos. Não conhecia o texto completo, mas já havia assistido a um esquete num exercício passado pelo diretor de um grupo que participei. Conta a história de Neuza Sueli, prostituta humilhada, manipulada e espancada por Vado, espécie de cafetão. Aparece também uma terceira figura, o homossexual Veludo, formando um círculo de troca de insultos e preconceitos.
Tenho a certeza absoluta de que Plínio, quando escreveu, quis mostrar as vísceras de uma sociedade doente, machista e preconceituosa. Vado, durante todo o tempo, usa e abusa de agressões bem conhecidas por nós, mulheres: diz a Neuza que ela é velha e feia, que dali a pouco tempo ninguém mais pagaria por seus serviços, pega seu dinheiro e fala que só a “atura por causa da grana”.
Vado reflete a ação de grande parte da sociedade da época (foi escrita na década de 80), e por isso foi tão importante para a dramaturgia nacional. Infelizmente, a peça vem se mostrando extremamente atual. Todas já ouvimos humilhação semelhante, seja do companheiro, da mídia ou de um ignorante qualquer. Temos nossos corpos comparados a objetos: ora somos cerveja, biquíni, chinelo. Desde pequenas, somos coagidas a acreditar que uma mulher não é nada sem um homem ao lado. Chegou solteira e sem namorado aos trinta? Coitada!
Todos esses fatores somam-se e não é de se espantar que uma mulher suporte calada agressões físicas e morais de seus companheiros. A propósito, nem sei se tem como separar agressão física e moral. A violência moral normalmente somatiza-se em doenças, tais como anorexia, bulimia, queda de resistência do organismo, enquanto a violência física abala psicologicamente a mulher. Não há como comparar a dor de quebrar um braço tropeçando na rua e ter seu braço quebrado pelo homem que você ama e escolheu para dividir a vida.
O fato de Neuza ser uma prostituta é um mero detalhe. Por todo o mundo, (especialmente nos países de cultura latina, que têm um ranço machista muito forte), mulheres de todas as classes sociais e níveis de instrução são manipuladas por seus companheiros. Por isso, mesmo com as gírias antigas e o figurino fora de moda, nos vemos em Neuza e é como se a história acontecesse hoje. Isso dói demais.
A peça põe o dedo na ferida, e incomoda. Mas, acima de tudo, incomoda a hipocrisia. Sentia-me num circo dos horrores cada vez que Vado humilhava Neuza, pois a platéia se acabava em gargalhadas. Em uma cena, ele a chama de velha, e Neuza responde, quase chorando, que tem apenas trinta anos. Vado completa: “de puteiro, né?”

Este trecho faz referência a um ponto fraco da auto-estima feminina: a idade. Quantas mulheres hoje se acabam em cremes, botox e até mesmo cirurgias plásticas, para aparentarem uma juventude que não existe? Quantas escondem a idade? Quantas simplesmente deprimem por não dispor de recursos financeiros para estas finalidades?
Eu poderia citar vários trechos, mas logo nas primeiras gargalhadas cheguei a um estado de revolta onde não ouvia mais nada, só via tudo em câmera lenta e chorava feito uma criança.
Enquanto Neuza chorava no palco, envergonhada, acabada, o público ria.
Era uma prostituta ali no palco. Mas podia ser uma freira, uma médica, uma faxineira ou uma ajudante de produção. Não muda nada: era uma mulher. Podia ser eu, você, sua mãe. Pobre ou rica, branca, negra, oriental, indígena...
Aí abrimos o jornal e nos deparamos com um grupo de jovens que espancou uma mulher porque achou que era uma prostituta. Aí queremos justiça, pena de morte. Aí a culpa é do presidente. Hipocrisia, cinismo, cara-de-pau. Cada um que riu ali, naquele momento, bateu em mim. Só, talvez, não estivesse bêbado e embalado o suficiente pra concretizar a ação fisicamente, mas bateu na minha cara e na de todas as mulheres. As mulheres que riram, pobres masoquistas, bateram em si mesmas.
Lamento profundamente a falta de maturidade do público teatral sorocabano. Falta de maturidade, de vergonha, de consciência social, de espelho em casa. Só peço para que cada pessoa que riu da desgraça de Neuza se sinta diretamente culpada por cada mulher espancada, seja aqui, seja no Nordeste ou no Afeganistão. E, por favor, tenha vergonha de sair na rua. Porque graças a vocês, muitas “Neuzas Suelis” já se envergonharam de ser mulher.
___________________
Lauren Archilla é estudante de psicologia e escreve para o blog Acordei que Sonhava http://www.acordeiquesonhava.blogspot.com/
Bah! Caroço
Programa do caroço na Rádio Fritura

Politica com humor, variedades e convidados. Todas as Quartas as 16:00h.
Assistam: http://www.radiofritura.com/
Apresentado por Daniel Lopes

11 agosto, 2007

Movimento Cansei - hilário


Há doze anos Florestan nos deixou

Em 10 de Agosto de 1995 Florestan deixou órfãs a esquerda e a nossa intelectualidade, partiu deixando pra traz um patrimônio intelectual sem igual na história do pensamento brasileiro.

Filho de uma imigrante portuguesa, Florestan teve uma vida completamente diferente da maiorias dos intelectuais brasileiros, seu pai era desconhecido e sua mãe o criou sozinho enquanto empregada doméstica, seus primeiros contatos com os livros aconteceu nas casas de família onde ela trabalhava.

Largou muito cedo o colégio para trabalhar e num destes empregos, num bar paulistano, mantinha contados com professores e estudantes que o incentivaram a terminar os estudos, fez o "Madureza" atual supletivo, queria fazer engenharia mas só havia curso em período integral o que o impediria de trabalhar, optou então pelas Ciências Sociais, ingressando na USP.

Sociologo (1951), político marxista, professor e escritor (mais de 50 livros); instaurador da sociologia brasileira, contestou, principalmente, o mito da democracia racial no país; foi cassado peloregime militar em 1969, entrou para o PT e se elegeu duas vezes Deputado Federal.

10 agosto, 2007

Petróleo em Sorocaba!

Você sabe qual é a relação entre o petróleo extraído na bacia de Campos no Rio de Janeiro e a prefeitura de Sorocaba?

Eu não sabia que existia tal relação, mas acessando o Portal do Ministério das Cidades descobri que somente no ano de 2006 a Prefeitura recebeu R$ 332.950,66 referentes a Transferências do Fundo Especial dos Royalties pela Produção de Petróleo e Gás Natural.
Onde será que foi gasto este dinheiro?
Se nós nem se quer sabemos que este dinheiro existe, como podemos saber como ele é foi gasto?
A única forma da sociedade participar deste assunto é através da democratização do orçamento público, do Orçamento Participativo, um assunto que recebe oposição da prefeitura e da Câmara Municipal.
Vejam o que a nossa falta de informação permitiu que fosse feito no Habiteto:
O governo federal enviou dinheiro para construção e manutenção de casas populares e instalação de rede de esgoto realizadas pela prefeitura de Sorocaba no bairro Habiteto, daí o prefeito Vitor Lippi, que não é bobo mas é tucano, não falou nada pra ninguém que havia recebido dinheiro do governo Lula, que é petista e, no entanto, nem tão esperto; então o prefeito marcou uma grande festa para que os moradores do Habiteto o recepcionassem e o agradeçam por mais uma obra da administração Lippi.

O petróleo pode até não ser nosso, mas o dinheiro público é sim!

08 agosto, 2007

Uma interrogação!

Esquerda ou direita?



Vire à esquerda!

"Todo americano honesto de esquerda já se decepcionou com o seu candidato democrata" (Paulo Ghiraldelli Jr)

Qual esquerda?

As Noções de direita, esquerda e liberdade estão virando questão de gosto: todo mundo tem a sua!

Tarde demais!

Tomara que funcione em política porque no trânsito não dá certo, pois como dizia Raul Seixas "Se você para o carro pode te pegar", por tanto, "não pare na pista".

Desapropriações em Brigadeiro Tobias

Este final de semana conversei com alguns moradores do Bairro de Brigadeiro Tobias, falei com duas famílias que foram despejadas de suas casas para a construção do contorno da Rod. Raposo Tavares.

A satisfação proporcionada aos moradores devido a retirada da rodovia do centro de Brigadeiro Tobias escondeu uma grande injustiça praticada contra 35 famílias do bairro.

As desapropriações foram feitas em Maio de 2006, então, a maioria das famílias teve que alugar uma casa as suas próprias custas até que viesse o dinheiro das indenizações - demorou mais de um ano para que o dinheiro começasse a ser liberado -, no entanto, a Viaoeste se recusou a pagar os aluguéis e, Prefeitura e Câmara Municipal também não se posicionaram a respeito.

No segundo semestre de 2007 algumas pessoas começaram a receber o dinheiro das indenizações, porém os imóveis foram avaliados ao valor de zona rural, mas o plano diretor define aquela área como zona urbana, cujo valor seria bem maior e condizente com a realidade, tanto que, os moradores desapropriados pagavam o IPTU (Imposto Territorial URBANO) e uma das moradoras até já recebeu o talão de IPTU referente a 2007.

Passado mais de um ano, cerca de oito famílias ainda não receberam as indenizações e ainda não sabem quando poderão comprar uma nova casa, enquanto isso estão pagando aluguel.

Estranhamente, a Vioeste também realizou obras de contorno no trecho de São Roque, apesar de feitas depois das de Sorocaba, todos os sãoroquences desalojados já receberam suas indenizações.

Estas obras estavam previstas no contrato de concessão da Viaoeste para serem realizadas no ano de 2000, ela não fez as obras mas continuou arrecadando dinheiro com os pedágios, posteriormente a empresa conseguiu um novo prazo para construção do contorno (2004), não cumpriu e só veio a realiza-lo em 2007 (nove anos depois).

O governador do estado e a prefeitura estão tentando “capitalizar” politicamente com a obra, ludibriando a população querendo que as pessoas acreditem que se trata de uma “obra tucana” -, o que é uma grande mentira, pois a Viaoeste era obrigada a fazer tais obras desde quando adquiriu a concessão da Raposo Tavares, só não fez por que o governo estadual se recusou a exigir sua realização durante nove anos.

07 agosto, 2007

Classe média

Uma resposta a "direita, esquerda e liberdade"

Pensei em fazer apenas alguns comentários ao texto "direita, esquerda e liberdade", de Paulo Ghiraldelli Jr, postado pelo Eliton. Porém, como seriam comentários muito extensos, preferi fazer esta postagem.

Discordo desde o princípio do autor do texto. Dizer que a "luta de classes" é coisa do passado, é um erro grave. Um erro que interessa aos que querem convencer os trabalhadores de que temos interesses comuns. Os trabalhadores não têm interesses comuns com a grande burguesia, latifundiários e banqueiros.

É exagerado simplismo dizer que, antes da década de oitenta, "de esquerda" eram os que defendiam a adoção de políticas sociais pelo estado. Por essa definição, a ditadura de Vargas e a ditadura militar poderiam ser definidas como "de esquerda". Ainda que minimamente, adotaram políticas sociais. Assim como também Collor, Sarney e FHC.

Mais confusa é a distinção que estabelece como "de esquerda" os que são favoráveis às mudanças e "de direita" os que se opõe a elas. Depende do que muda. Criar mais direitos trabalhistas, melhorar a renda dos trabalhadores e sua condição de vida, são mudanças que contam com o apoio de qualquer pessoa que se defina como "de esquerda". Mudar a legislação trabalhista para retirar direitos dos trabalhadores é uma mudança de direita - embora isso possa parecer um contra-senso ao autor do texto.

Colocar Lênin, Fidel, Hitler e Franco no mesmo patamar não é um engano. É má-fé. É falsear a história para justificar seus pontos de vista.

Lênin e Fidel foram líderes revolucionários, que derrubaram ditaduras sanguinárias e estabeleceram governos, que, sem sombra de dúvidas, cometeram muitos erros, gravíssimos.

Franco e Hitler são assassinos, genocidas.

No final do texto, o autor diz que Chomsky despreza o estado de direito dos Estados Unidos. O estado de direito de Guantánamo? O estado de direito de Abu Garib? O estado de direito que permite a captura de qualquer estrangeiro, sem processo legal, e sua prisão por tempo indeterminado - situação que não pode ser apreciada pelas cortes de justiça? Estado de direito que permite a interceptação das comunicações de qualquer pessoa, independente de autorização judicial?

Se esse "estado de direito" é a esperança e Barak Obama ou de Hillary Clinton, eu fico com Noam Chomsky.

Esquerda e direita são conceitos profundamente atuais. Que não se definem pela boa intenção das pessoas, mas por sua posição, exatamente na questão da luta de classes.

A ênfase na liberdade, em detrimento da igualdade é uma falácia. Ambos se condicionam e dependem um do outro. Não há liberdade sem igualdade ou igualdade sem liberdade.

É a esse binômio intrincado e de quase impossível definição que chamamos socialismo.

Dispostos a alegrar

Tem alguns amigos de nossa infância que jamais nos esquecemos. É o caso do João Gabriel. Ele é mais novo, praticamente crescemos juntos. Moramos no inesquecível prédio da Vila Jardini. Lá passei os melhores momentos de minha vida.
Um sujeito gente boa, com consciência social, alguém que respeito muito!
Ele participa de uma organização que faz trabalhos artísticos junto a hospitais, comunidades carentes, pastorais...enfim.

Apresento o site do Grupo, clique no título!

Direita, Esquerda e Liberdade

As noções de direita e esquerda estão mais vivas que nunca, ainda que conceitos como “luta de classes” e jargões como “a favor do proletariado” , “contra a burguesia” e coisas do gênero não signifiquem mais nada, restando apenas como elementos da história do século XIX e parte do XX.
Os conceitos mais diretamente ligados ao marxismo perderam a força, desgastados pelos próprios marxistas que os utilizaram sem pudor em debates infindáveis, enquanto que as noções de direita e esquerda, anteriores ao marxismo, não sofreram o mesmo desgaste. Nos anos oitenta e principalmente na década de noventa, as noções de direita e esquerda foram questionadas. A idéia básica era a de que, com o fim do comunismo (leia-se: fim da URSS e seu regime) e com a crise da social democracia que, enfim, havia perdido espaço para políticas do tipo da de Reagan e de Thatcher, não haveria mais como entender as diferenças entre os que estavam a favor de mudanças – antes chamados “de esquerda” – e os que estavam contra mudanças – antes chamados “de direita”. Todavia, tanto quanto a URSS, também as políticas de Reagan e Thatcher passaram, e as necessidades de mudanças recobraram suas forças. Ao menos há dois ou três anos, as pessoas no mundo todo, em época de eleições, começam a utilizar novamente as palavras “direita” e “esquerda”. Todavia, é claro, há alguma mudança nisso tudo.
Ser uma pessoa de esquerda ou de direita, antes da década de oitenta, era uma postura relativa a adoção ou não de políticas sociais por parte do Estado. Ao menos na Europa e em boa parte do mundo, isso era lido dessa maneira. Nos Estados Unidos, a idéia era um pouco diferente. É que a esquerda de modelo europeu, no mundo todo, sempre colocou a necessidade de igualdade em primeiro plano, defendendo a liberdade de uma maneira ambígua e, às vezes, descuidada. Nos Estados Unidos, mesmo após o New Deal de Roosevelt, a liberdade continuou a ser o elemento primordial da esquerda, enquanto que a igualdade, não raro, era interpretada como algo próprio do “coletivismo” vindo da direita fascista e do comunismo da URSS. Não à toa, os americanos de esquerda, que na Europa seriam tomados como social-democratas, sempre foram chamados, nos Estados Unidos, de liberais.
Essa terminologia parecia que poderia mudar, mas a mudança, se é que houve, não durou uma década. Estamos de volta aos trilhos de uma conversação política que novamente adota as expressões “direita” e “esquerda” para apontar para falas, atitudes e pensamentos sociais e políticos. Todavia, devemos reconhecer, no momento em que vivemos, que não seria ruim nos esforçarmos para não deixar que tal conversação voltasse a imperar sem um salto qualitativo. Exatamente por isso, opto escrever aqui algumas notas sobre o uso desse vocabulário.
Podemos, hoje, ainda estarmos confusos sobre a questão da ênfase na liberdade ou na igualdade quanto ao uso do termo “esquerda”. Podemos, é claro, estamos ainda sem rumo quanto ao uso desses termos em relação às políticas sociais do Estado e suas relações com a economia. Afinal, não sabemos ao certo o que seria ser de esquerda sem falar em algum tipo de fortalecimento do Estado em favor dos mais pobres, enquanto maioria, e não saberíamos o que é a direita mais extremada sem remetê-la à defesa do aumento do poderio do Estado em favor de um regime elitista e, certamente, sob economia capitalista, com monopólios internos. Por isso, nesses termos, sentimos que estamos mais nos anos trinta do século XX do que nos anos que deveríamos estar, ou seja, na nossa época mesma, cronologicamente falando.
Mas a confusão diminui quando esquecemos essas relações mais diretamente envolvidas com a economia e nos atemos ao “olhar social” de cada um.
Quando nos atemos ao olhar social, então, neste caso, as expressões “direita” e “esquerda” funcionam bem. Diante de uma criança pobre, negra, que rouba uma maçã e, então, é vítima de grupos de extermínio, duas atitudes são possíveis, e elas caracterizam bem, para nossos dias, o que diz uma pessoa de esquerda e o que diz uma pessoa de direita.
A pessoa de esquerda acredita que a criança que rouba uma maçã está com fome, e que se estivesse na escola e com apoio familiar a partir de uma família subsidiada por políticas públicas vindas do Estado, ela desenvolveria sua boa índole natural e não roubaria a maçã. A pessoa da direita acredita que a criança que rouba uma maçã pode, talvez, fazer isso por fome, e que se estivesse na escola não estaria fazendo tal coisa, mas que, enfim, sua predisposição natural para fazer o errado e não o certo seria relativamente independente de apoios sociais possíveis. Levando ao limite tais atitudes, o observador de esquerda tenderia a não incriminar a criança, enquanto que o observador da direita, ainda que possa, como o de esquerda, reclamar do Estado, tenderia a não isentar a criança de culpa.
É fácil notar que esses exemplos são corriqueiros. O homem comum ainda adota, para ser de esquerda ou de direita, pressupostos naturalistas, vindos do confronto de idéias do século XVIII e XIX. Para a esquerda, há ainda um Rousseau a empurrar a idéia de “bom selvagem”. Para a direita, há ainda um forte aparato teórico dos criminalistas do século XIX para garantir a idéia de índole má ou boa, ligada a traços físicos, o que, no limite, poderia chegar à biologia nazi-fascista da “raça pura” e das “raças superiores” e “inferiores”.
Essas duas posições são “burguesas”, digamos assim. Não há aí um confronto entre a posição naturalista da burguesia e a posição ligada à defesa do direito divino dos reis, da nobreza. O que existe, no caso do nosso senso comum, são posições que apelam às disposições naturais para julgar atos morais de terceiros, principalmente de crianças e adolescentes. Os vocabulários, aqui, são diferentes na superfície, mas no leito, eles funcionam segundo jargões filosóficos essencialistas. As crianças teriam uma essência, ou natureza, montada para usarem de uma razão (inata ou desenvolvida socialmente) que discerne as coisas, mas tal razão estaria impedida de atuar em seu pleno desenvolvimento por causa de inúmeros fatores histórico-sociais degradantes – eis aí a linguagem da esquerda. Uma boa parte das crianças teria uma essência, ou natureza, pervertida, e por mais que as ajudemos, nada haveria de se fazer com elas, pois terminariam nas penitenciárias – e nestas, talvez seja melhor eliminá-las, e não deixar toda a sociedade pagar para ficarem presas e tentar uma recuperação que nunca viria – eis aí a linguagem da direita. É difícil confundir as coisas aqui. Quando ouvimos isso, sabemos que estamos funcionando com discursos claros da esquerda e da direita. Mas é triste ver que ambas as posições ainda são essencialistas. Não nos libertamos, ainda, de procurarmos resposta a uma pergunta que aos mais contemporâneos não tem sentido, a saber, “o que é o homem?”.
Não me importo para onde o vocabulário da direita caminha. Mas, para meu uso particular, me importo muito com o vocabulário da esquerda. Creio que deveríamos tornar o vocabulário da esquerda mais útil. Para tal, imagino que um bom passo seria colocar de sobreaviso a questão da igualdade, e começarmos a fazer como a esquerda americana, ou seja, dar atenção à liberdade. Uma pessoa de esquerda não deveria usar termos que viessem a enfatizar a igualdade somente. Deveria, sim, usar termos que protegessem a liberdade. Deveriam usar jargões capazes de ampliar as liberdades, ampliando direitos velhos e criando novos, portanto. Penso que quando cuidamos da liberdade, todo o resto termina por vir junto, enquanto que o inverso é menos provável.
Assim, não deveríamos falar, diante da criança que rouba uma maçã, que se igualarmos as crianças através de seja lá quais forem os mecanismos, teremos tal cena menos freqüente. Deveríamos falar que a proteção da liberdade de uma criança, de modo que ela não entre para a prisão que é pertencer a uma gang ou a um grupo excluído, é nossa prioridade. Não deixá-la perder a liberdade para uma série de prisões – do uso de preconceitos ao uso de drogas – seria um bom passo para não deixá-la perder a liberdade de ir e vir, que pode acontecer após sua primeira infração às leis.
Caso comecemos a entender que é a liberdade que está em risco, e que é ela, afinal, que a direita teme mais do que qualquer outra coisa, nós, os que querem se qualificar como “de esquerda”, estaremos mais francamente afinados com os nossos objetivos de fazermos o futuro um lugar onde teremos “versões melhores de nós mesmos” (Rorty).
A direita consegue falar em liberdade dada pelo mercado, mas não a pratica, pois sempre está em guerra para conseguir benesses do Estado e, assim, não raro termina por defender o monopólio. A direita consegue falar em liberdade de expressão, mas não consegue levar isso adiante nem mesmo dentro de casa, pois ainda continua conservadora nos costumes. A direita, enfim, não consegue imaginar uma sociedade em que tenhamos menos punições, mais liberdade geral, pois ela, no fundo, talvez tenha uma dificuldade enorme de enfrentar a contingência, o desconhecido, o improvável. Não à toa a direita é afinada com o pensamento empresarial, que longe de ser o comportamento de um Barão de Mauá ou de um Monteiro Lobato, é o comportamento daqueles que dão aulas em Escolas de Administração de Empresas e acreditam que podem usar (ou ensinar) técnicas de gerenciamento que iriam controlar não só os empregados, mas estariam na direção de poder prever o futuro das empresas. A direita é controladora. Ela não gosta da liberdade. Todas as vezes que ela defende a liberdade, age de maneira hipócrita, falsa. A liberdade, portanto, ou é a da esquerda ou vai ficar sem defensores.
É claro que uma esquerda igualitária vai dizer que sem igualdade não haverá liberdade. Mas, quando diz isso, tal esquerda já não é mais esquerda. Ela poderá estar de braços dados com a direita. Pois ela tentará criar mecanismos de igualdade social de modo descuidado e, então, não raro, esses mecanismos de igualdade social se tornarão mecanismos de igualação social. Fidel, Lênin, Stalin, Hitler, Franco e todos os homens que estiveram à frente de movimentos de direita e esquerda extremados terminaram por se diferenciar pouco entre si por uma razão simples: entre estes, os de esquerda deixaram o apreço pela liberdade de lado, e investiram na igualdade social que, no limite vingou apenas como igualação.
A esquerda americana não marxista agiu de modo diferente. Ela sempre temeu tanto o macartismo quanto o regime soviético. Já por volta dos anos vinte ela trocou o marxismo e a idéia de revolução por filosofias ad hoc, como o pragmatismo, para então começar a perceber que o melhor regime para quem se dizia de esquerda não era o comunismo, mas a democracia.
É claro que este tipo de esquerda tem poucas vozes no cenário internacional. Rorty foi uma de suas vozes nos Estados Unidos. Habermas cumpre esse papel na Europa. Mas, contra eles, sempre existirão tipos como Chomsky, que tornam pessoas de esquerda descuidadas com as questões das liberdades individuais na medida em que acirram ânimos que não precisam ser acirrados.
Quando Chomsky sai pelo mundo para fomentar o anti-americanismo, ele faz um desserviço à esquerda. Ele despreza o estado de direito dos Estados Unidos. Ele iguala os Estados Unidos, sob qualquer governo, e em toda a sua população, como um estado plutocrático e bélico. Com isso, ele não consegue nunca participar de processos internos capazes de fazer a esquerda crescer no interior dos Estados Unidos. Ele consegue ter voz em congressos terceiro-mundistas que pouco fazem para mudar concretamente o mundo. Mas não consegue ter voz ativa no interior de movimentos que poderiam, por exemplo, dar força a um candidato como Obama, na atual conjuntura americana. Faz mais pela esquerda, hoje, Cornel West. Este, por sua vez, não quebra a identidade entre ser de esquerda e ser americano. Esse tipo de identidade, a identidade entre ser de esquerda e, ao mesmo tempo, ser visto como alguém que não é inimigo da nação, é fundamental para qualquer um que quer mudanças em favor da liberdade em seu país. Essa foi uma das principais lições pregadas por Rorty.
Passemos ao Brasil. A liberdade era um elemento que não importava muito para as esquerdas brasileiras. Todavia, quando nasceu o PT, isso parecia que iria mudar. Os membros do PT, ao menos as correntes majoritárias, pareciam que iriam caminhar corretamente. Foram bons tempos. Não à toa, portanto, o PT podia, pela boca de Suplicy, cobrar de Fidel Castro a necessidade de eleições livres em Cuba.
Mas com o desprestígio do PT diante de si mesmo, tudo isso se perdeu. A bandeira da liberdade, agora, é entregue de bandeja para a direita. Hoje, no Senado de nossa República, o PFL, que agora usa o nome de Democratas (DEM), posa como defensor das liberdades ao condenar a ação do Estado de deportar os boxeadores cubanos. O PT e a nossa esquerda oficial perderam não só a bandeira da moralidade, perderam uma bandeira mais importante ainda, a da liberdade.
É claro que alguns podem dizer que estou errado, pois a bandeira da moralidade seria maior que a da liberdade. Mas não é. Todo americano honesto de esquerda já se decepcionou com o seu candidato democrata. Todo americano honesto de direita já se decepcionou com seu candidato republicano. Todavia, na medida em que a democracia envelhece, não é a questão moral que se sobressai, é a questão da liberdade que fica. É ela que dá as raízes para a esquerda que faz política real, não a esquerda liderada por Chomsky, que faz política só fora dos Estados Unidos e, assim, nada consegue mudar nem dentro e nem fora.
No Brasil, houve um tempo em que dizíamos que estávamos melhor, em termos de esquerda, do que os Estados Unidos (e também em relação à Europa). Mas, hoje, é difícil fazer tal afirmação. A esquerda oficial se encastelou no Estado, toda ela agarrada ao cabide de empregos do Governo Lula, e está pouco ligando para as liberdades individuais. A esquerda não oficial é pior, pois é a que se aglutina em torno do PSOL e similares, e que ainda advoga conceitos como “luta de classes” e até mesmo “ditadura do proletariado” . No fundo, são bem menos cuidadosos em relação à liberdade do que os funcionários do PT. Ficamos, então, nessa situação. Não é uma situação invejável.
Temos condições de sair disso? Imagino que nós, de esquerda, se pudermos colocar na ordem do dia jargões libertários, fazemos muito. Erra quem quer defender posições de esquerda e, em vez de ampliar o direito de expressão de todos, quer inventar teoria caducas para justificar aparatos que, no limite, poderão ser usados pela direita, mais tarde, para cercear a liberdade de todos.
Quando mais pudermos cultivar a vontade do brasileiro de ser livre e permitir a liberdade do outro, em todos os sentidos, mais estaremos cumprindo idéias de esquerda, isto é, ideais de uma sociedade futura onde cada um será mais feliz por ser menos mesquinho, mais complexo, mais rico em pensamentos benevolentes, mais próspero na conquista de objetivos e sonhos, mais amoroso.
Paulo Ghiraldelli Jr.