22 abril, 2007

O jogador

A polícia federal realizou, em todo o país, operações de grande envergadura, que resultaram na prisão de bicheiros, policiais, delegados, advogados, juízes, desembargadores, entre outros. Todos ligados, direta ou indiretamente, ao negócio do jogo ilegal. Bingos e máquinas caça-níquel.

Correndo atrás das ações da Polícia Federal, a Polícia Civil de São Paulo, apreendeu 10.000 máquinas. Segundo anunciou o delegado Aldo Galiano Júnior, diretor do DECAP, há aproximadamente 300.000 máquinas caça-níqueis espalhadas por bares, padarias, casas lotérias e estabelecimentos afins, que movimentariam aproximadamente 300 milhões de reais por mês em São Paulo/SP.

A conta deve estar errada, pois, ao que consta, cada máquina caça-níquel fatura bem mais do que mil reais/mês. Portanto, é um negócio que movimenta mais de um bilhão de reais.

Um bilhão de reais que vai parar em algum lugar.

As 10.000 máquinas apreendidas correspondem a cerca de 3% do total de máquinas que o próprio diretor do DECAP reconhece existir. Onde está o resto? Houve algum vazamento de informação antes das apreensões? Tal possibilidade deve ser investigada seriamente.

A Polícia Federal tem mencionado que se trata do maior esquema de corrupção do país. Envolve desde policiais de bairro, delegados, juízes, desembargadores e, acredita-se, em breve teremos notícias do envolvimento de políticos.

O lado bom da história é que a Polícia Federal combate a corrupção de forma dura e contundente. Em especial, depois do início do governo Lula.

O dark side da história é o envolvimento profundo, capilar - da polícia e do judiciário com o crime organizado.

Voltarei ao assunto.

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