14 abril, 2007

A famiglia Amary e a lição de Wittgenstein

Em entrevista a uma das rádios locais, o deputado federal Renato Amary, o Coiso, disse que, diante do rebaixamento do São Bento, "queriam encontrar culpados". Na visão dele "todos" são culpados e "alguns grupos torceram contra o Bentão", comemorando as derrotas do clube. Por fim, ameaçou revelar os nomes dos "anti-sãobentistas" e que tem "testemunhas" de que eles torceram contra o time.

Diante do rebaixamento do Bentão, o Coiso esperava o que? Ganhar uma medalha? É claro que a torcida irá "procurar culpados". E que algumas pessoas tem responsabilidade direta pelo desastre. Entre elas, o presidente do clube, seus diretores e o presidente do conselho deliberativo - Flávio Amary - o Coisinho.

É possível que algumas pessoas torcessem contra o São Bento. Há atleticanos em Sorocaba. Palmeirenses. Agora, não é possível que um empresário, ex-prefeito, deputado federal, acredite sinceramente que a "torcida contra" derrubou o time para a segunda divisão.

O time era ruim porque foi mal montado e mal dirigido. Não havia "torcida a favor" ou milagre que fosse capaz que salvá-lo.

O mais lamentável da entrevista foi dizer que teria "testemunhas" de que "grupos" comemoraram a derrota do Azulão e ameaçar denunciar os "anti-sãobentistas". Se sabe de algo relevante, diga. Tais ameaças "olha que eu falo, olha que eu falo, me segura", não são dignas de um deputado federal.

Como bem afirmou o filósofo Ludwig Wittgenstein, na conclusão de seu Tractatus logico-philosophicus:

"Sobre aquilo de que não se pode falar, deve-se calar"

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