25 abril, 2006

Eu sou um cara cansado!!! por Fernando Alcoléa Cruz

Vale a pena ler!!!
Cansaço, segundo o dicionário de língua portuguesa Aurélio Buarque de Holanda Ferreira: “falta de forças causada por exercício demasiado ou por doença...”.
Mas, o que seria, de fato, cansaço?
Um momento de fadiga física após um grande esforço? A sensação de desnorteio após muito pensar? O momento de impotência frente aos desafios lançados contra todos nós durante o dia-a-dia? Doença? Enfim... Cansaço.
Eu sou um “cara” cansado. Por que?
Acompanhe o pensamento:
Sou um fumante regular tal como tantos outros de minha geração e de outras tantas que, sem motivo aparente, se dão ao desfrute desse vicio e este habito de fato me causa certo desconforto quando da necessidade de empenhar maior esforço físico em determinada tarefa. Mas, essa não é a tonica desta resenha.
Sou um “filosofo de fim de semana” tal como todos os meus que sempre se deram ao prazer de parar e pensar na vida, porem, como é difícil se flagrar pensando não somente em assuntos banais e agradáveis mas, principalmente, nas difíceis decisões que temos de tomar e nas soluções, muitas vezes, inatingíveis ou impossíveis pela própria natureza que prostram a nossa frente em tão numerosas oportunidades.
Sou um gladiador da era moderna. Num momento em que tudo é tão rápido e tão inconstante. Para se fazer uma pesquisa, Google, para se conversar com os amigos, Messenger, para se mandar uma carta, Email, e percebam, o que raios significaria Google?
Aos estudantes de inglês, binóculos. Messenger, mensageiro. E-mail, esse ainda não faz sentido pra mim afinal qual a função do “E” nessa sentença? Se é que se pode chamar assim... Concordo é somente uma questão de curiosidade, mas convenhamos... Tudo mudou? E à que velocidade!
Muito bem! Parabéns! Palmas ao progresso e seus efeitos colaterais, entre eles, o cansaço!
Bem, como posso me sentir cansado aos vinte anos de idade?
Simples, tenha vinte anos de idade em pleno século vinte e um “sofrendo” com toda sorte combates sejam morais, filosóficos, psicológicos, mercadológicos, sociais, políticos, financeiros, de estudo ou de família, de trabalho ou de relacionamento, particulares ou coletivos!
Senhor maquinista, pare esse trem eu quero descer!
Mas não, este trem que embarcamos quando nascemos não vai parar até que a ultima estação chegue.
É tão anormal as crianças serem crianças com hábitos de crianças, comportamentos de crianças, e assim sucessivamente cada um dos graus de desenvolvimento do ser humano?
Sim, pelo que tudo indica, infelizmente.
Cada vez mais rápido as informações chegam aos nossos “lares” nas telas dos nossos computadores, televisores de plasma, rádios, digo, aparelhos de som completos com mp3, cd player, incredible sorround sound ultra sensitive boom blaster!
Garçom! A conta, por favor!
Pena que o banquete não emprega garçons... Estranho, muito estranho...
Consumo, logo existo! Lavoisier que me perdoe, mas não esta valendo tanto a pena pensar, se bem que hoje em dia, tudo vale alguma coisa.
Esse eterno bombardeio de produza, compre, consuma, use, faça! O celular da moda, o computador mais rápido, a roupa mais cara, o tênis mais novo, a boate mais badalada!
Geração do “Just do it.”.!
Eu não tenho dinheiro nem pra puxar gato pelo rabo, quiçá, estas e outras extravagâncias!
E é engraçado isso!
À parte, claro, os pequenos problemas diários contas à pagar, falta de perspectiva, alienação voluntária – o novo ópio - , compromissos de toda espécie, mães, pais, namorada, parentes, amigos,companheiros, colegas, conhecidos, desconhecidos, inimigos, indiferentes...
Nunca vai dar o sinal? Cadê a hora do recreio? Se pergunta o jovem estudante.
No meu ponto de vista, o bedel esqueceu.
Nessa toada, fico pensando numa pergunta feita à mim por um amigo, “Você é você mesmo, ou é uma caricatura?”
Respondo:Daniel, vamos tomar uma coca light porque eu já estou cansado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Um breve resumo da vida levada pela grande maioria das pessoas neste mundo louco em que vivemos!

Tudo é muito rápido! As vezes, nem dá tempo p/ nós mesmos.

Um grande abraço, Fer!!!